11/05/2008

Desvendado mistério do buraco negro da Via Láctea


A explosão de uma estrela moribunda, ocorrida em um passado muito distante, despertou por um breve período o buraco negro supermaciço que existe no coração da Via Láctea, gerando um surto de raios-x que ricocheteou por toda a galáxia. Conhecido como Sagittarius A+, ou Sgr A+, o buraco negro central da Via Láctea se localiza a cerca de 26 mil anos-luz da Terra e tem massa estimada em quatro milhões de vezes a do Sol. Os buracos negros supermaciços em outras galáxias podem ter massa até 100 ou mil vezes maior.
A despeito de seu pouco destaque na tabela dos buracos negros, o Sgr A+ talvez esteja emitindo radiação um bilhão de vezes mais intensa do que podemos detectar, e essa luminosidade reduzida vem há muito intrigando os cientistas. Usando satélites da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), da Agência Espacial Européia (ESA) e do Japão, todos equipados com sensores de raios-x, astrônomos japoneses encontraram resíduos de um pico de atividade do Sgr A+ em uma imensa nuvem de gás localizada a cerca de 300 anos-luz do buraco negro.

"Nós sempre tentamos imaginar por que o buraco negro da Via Láctea parecia ser um gigante adormecido", disse Tatsuya Inui, um dos participantes do estudo, da Agência Japonesa de Exploração Espacial (Jaxa). "Mas agora se tornou possível perceber que o buraco negro foi muito mais ativo no passado. Talvez ele esteja apenas repousando depois de um surto de atividade especialmente intensa". Os resultados do estudo serão publicados pela Publications of the Astronomical Society of Japan".

Observações realizadas entre 1994 e 2005 demonstram que a nuvem de gás, conhecida como Sagittarius B2, ganhava e perdia brilho rapidamente, à medida que respondia a poderosos pulsos de raios-x. Os pesquisadores suspeitam que os pulsos provenham de um ponto logo além do horizonte de eventos do buraco negro - o limite a partir do qual matéria e luz são irrecuperavelmente perdidos para a gravidade de um buraco negro.

Caso os estudiosos estejam corretos, o Sgr A+ deflagrou uma poderosa onda de raios-x cerca de 26,3 mil anos atrás. Os fótons dos raios-x emitidos pelo buraco negro viajaram durante 26 mil anos e chegaram à terra 300 anos atrás. O pico também criou "um eco ligeiro" em Sagittarius B2, com atraso de 300 anos, e que por isso só atingiu a Terra recentemente. Enquanto os raios-x do buraco negro atravessavam a nuvem de gás, colidiam com átomos, o que resultou na liberação de ainda mais raios-x. Foram esses raios-x de ferro que a equipe japonesa detectou.

Os pesquisadores especulam que a explosão de uma supernova no centro galáctico, milhares de anos atrás, lançou gás na direção do disco de material que gira em torno do Sgr A+, o seu disco de acreção. Isso pode ter despertado o buraco negro e deflagrado uma fúria alimentícia que resultou em uma imensa erupção de raios-x.

A explosão da supernova teria passado despercebida aos seres humanos, porque a luz visível que ela gerou se teria dispersado no percurso do centro galáctico ao planeta, disse Katsuji Koyama, da Universidade de Kyoto, o líder do estudo.

Geoffrey Bower, astrônomo da Universidade da Califórnia em Berkeley, não participou do estudo e diz que, se a hipótese dos japoneses quanto à deflagração causada por detonação de supernova procede, os cientistas devem esperar novos surtos de atividade do Sgr A+ no futuro.

"Caso a idéia proceda, no próximo milhão de anos veremos muitos outros surtos como esse, porque existe um aglomerado de estrelas maciças em torno do Sgr A+", disse Bower.

Caso o Sgr A+ despertasse de novo, porém, a vida na Terra não estaria em risco. "O centro galáctico é distante demais de nós", disse Koyama. "Estamos inteiramente seguros".


Fonte:Site Terra

04/05/2008

Imagem do Dia: Ganimedes vista pela Galileo


Imagem em cor natural de Ganimedes, obtida pela sonda Galileo durante o seu primeiro encontro com esta lua de Júpiter. A direcção Norte é para cima e o Sol ilumina a cena a partir da direita. As zonas escuras são mais velhas e cheias de crateras, enquanto que as zonas mais claras são mais recentes. A cor castanho-acinzentada resulta da mistura de gelo com materiais rochosos. Os pontos brilhantes são crateras e ejeta geologicamente recentes.

Fonte:Portal do Astronomo

02/05/2008

Júpiter: sombra e campo magnético contribuem para formar anéis

A sombra e o potente campo magnético de Júpiter contribuem para a formação de seus anéis externos, diz um artigo de cientistas americanos publicado pela revista científica britânica Nature. A poeira que rodeia Júpiter e que integra suas órbitas vem dos impactos de corpos interplanetários contra as pequenas luas que pertencem ao planeta.
Este material está organizado em um anel principal brilhante, uma auréola e dois anéis exteriores largos e de pouca luminosidade que são limitados pelas luas Adrastea, Metis, Amaltea e Tebe.

O anel mais externo é o mais tênue e tem um prolongamento quase invisível em torno de sua borda exterior, um "misterioso limite".

A partir das informações coletadas pela sonda espacial Galileo durante sua viagem através dos anéis de Júpiter em 2002 e 2003, dois cientistas da universidade de Maryland (Estados Unidos), Douglas Hamilton e Harald Krüger, puderam explicar como este prolongamento foi formado.

Os pesquisadores descobriram um buraco nos anéis quando os mesmos estavam dentro da órbita de Tebe, assim como grãos de poeira em trajetórias muito inclinadas e uma concentração de partículas muito pequenas na órbita de Amaltea.

Os grãos de poeira se carregam e descarregam alternadamente ao atravessarem os limites da sombra de Júpiter, o que confere ao poderoso campo magnético do planeta um comportamento excêntrico do ponto de vista orbital.

Os cientistas afirmam que a passagem das partículas do anel através da sombra de Júpiter é o que cria a extensão de Tebe e sugerem que isto poderia explicar algumas das características desconhecidas dos anéis deste planeta.


Fonte:Site Terra

Sonda Cassini-Huygens capta tempestade elétrica em Saturno

A sonda Cassini-Huygens, um empreendimento conjunto da Nasa e da Agência Espacial Européia (ESA), captou em Saturno uma tempestade elétrica que dispara relâmpagos 10 mil vezes mais poderosos que os da Terra, informou hoje o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês).

As tempestades elétricas de Saturno são semelhantes às de trovões e relâmpagos produzidas na atmosfera terrestre, indicou o organismo da agência espacial americana em comunicado.

Mas, em Saturno, seu diâmetro é de milhares de quilômetros e os sinais de rádio que emitem seus relâmpagos são milhares de vezes mais carregados do que as tempestades terrestres.

Os ciclones no planeta dos anéis produzem ondas de rádio chamadas descargas eletrostáticas de Saturno e as ondas da atual tempestade foram captadas pelos instrumentos científicos em 27 de novembro de 2007, afirmou o JPL.

Uma semana depois, as câmeras de Cassini se centraram no que devia ser o ponto onde ocorria a tempestade, até confirmá-la em 6 de dezembro.

"As explosões eletrostáticas aumentaram ou reduziram sua intensidade durante cinco meses", manifestou Georg Fischer, cientista da Universidade de Iowa.

"Em 2004 e 2006 detectamos tempestades que duraram quase um mês cada. Esta nova tempestade é de longe a mais prolongada", acrescentou.

A nova tempestade foi localizada no hemisfério sul de Saturno, em uma região adequadamente chamada "Storm Alley" (Beco das Tempestades).

Os instrumentos da sonda detectam a tempestade em cada uma das órbitas do planeta, as quais duram 10 horas e 40 minutos, aproximadamente o tempo de um dia nesse planeta.

Em meados deste mês, a Nasa estendeu por outros dois anos a missão da sonda internacional, cujas "assombrosas descobertas e imagens revolucionaram o conhecimento de Saturno e suas luas", segundo o laboratório.

Originalmente, a missão deveria concluir em julho deste ano, mas a extensão permitirá que a sonda realize outras 60 órbitas e aproximações com as 52 luas do planeta catalogadas até agora pela Nasa.

O comunicado do JPL indicou que a nave fará 26 aproximações com Titã, sete com Encélado e uma com Dione, Rea e Helena em deslocamentos que incluirão estudos dos anéis de Saturno, sua magnetosfera e o planeta em si.

"Esta ampliação não só é uma motivação para a comunidade científica, mas para que todo mundo continue decifrando os segredos de Saturno", assinalou Jim Green, diretor da Divisão de Ciências Planetárias da Nasa.

Durante quatro anos de atividade contínua, Cassini transmitiu quase 140 mil imagens e informação coletada durante 62 órbitas em torno de Saturno, 43 aproximações a Titã e 12 mais com as outras luas.

Mais de 10 anos após seu lançamento e quase quatro anos após entrar na órbita de Saturno, Cassini é uma nave espacial "saudável e forte", precisou o comunicado.

A nota acrescentou que até quando três de seus instrumentos científicos têm alguns problemas de funcionamento, o impacto sobre a missão foi mínimo.

"A Cassini está trabalhando excepcionalmente bem e nossa equipe está motivada com a perspectiva de outros dois anos", disse o diretor do programa da nave no JPL, Bob Mitchell.


Fonte:Site Terra