02/05/2008

Sonda Cassini-Huygens capta tempestade elétrica em Saturno

A sonda Cassini-Huygens, um empreendimento conjunto da Nasa e da Agência Espacial Européia (ESA), captou em Saturno uma tempestade elétrica que dispara relâmpagos 10 mil vezes mais poderosos que os da Terra, informou hoje o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês).

As tempestades elétricas de Saturno são semelhantes às de trovões e relâmpagos produzidas na atmosfera terrestre, indicou o organismo da agência espacial americana em comunicado.

Mas, em Saturno, seu diâmetro é de milhares de quilômetros e os sinais de rádio que emitem seus relâmpagos são milhares de vezes mais carregados do que as tempestades terrestres.

Os ciclones no planeta dos anéis produzem ondas de rádio chamadas descargas eletrostáticas de Saturno e as ondas da atual tempestade foram captadas pelos instrumentos científicos em 27 de novembro de 2007, afirmou o JPL.

Uma semana depois, as câmeras de Cassini se centraram no que devia ser o ponto onde ocorria a tempestade, até confirmá-la em 6 de dezembro.

"As explosões eletrostáticas aumentaram ou reduziram sua intensidade durante cinco meses", manifestou Georg Fischer, cientista da Universidade de Iowa.

"Em 2004 e 2006 detectamos tempestades que duraram quase um mês cada. Esta nova tempestade é de longe a mais prolongada", acrescentou.

A nova tempestade foi localizada no hemisfério sul de Saturno, em uma região adequadamente chamada "Storm Alley" (Beco das Tempestades).

Os instrumentos da sonda detectam a tempestade em cada uma das órbitas do planeta, as quais duram 10 horas e 40 minutos, aproximadamente o tempo de um dia nesse planeta.

Em meados deste mês, a Nasa estendeu por outros dois anos a missão da sonda internacional, cujas "assombrosas descobertas e imagens revolucionaram o conhecimento de Saturno e suas luas", segundo o laboratório.

Originalmente, a missão deveria concluir em julho deste ano, mas a extensão permitirá que a sonda realize outras 60 órbitas e aproximações com as 52 luas do planeta catalogadas até agora pela Nasa.

O comunicado do JPL indicou que a nave fará 26 aproximações com Titã, sete com Encélado e uma com Dione, Rea e Helena em deslocamentos que incluirão estudos dos anéis de Saturno, sua magnetosfera e o planeta em si.

"Esta ampliação não só é uma motivação para a comunidade científica, mas para que todo mundo continue decifrando os segredos de Saturno", assinalou Jim Green, diretor da Divisão de Ciências Planetárias da Nasa.

Durante quatro anos de atividade contínua, Cassini transmitiu quase 140 mil imagens e informação coletada durante 62 órbitas em torno de Saturno, 43 aproximações a Titã e 12 mais com as outras luas.

Mais de 10 anos após seu lançamento e quase quatro anos após entrar na órbita de Saturno, Cassini é uma nave espacial "saudável e forte", precisou o comunicado.

A nota acrescentou que até quando três de seus instrumentos científicos têm alguns problemas de funcionamento, o impacto sobre a missão foi mínimo.

"A Cassini está trabalhando excepcionalmente bem e nossa equipe está motivada com a perspectiva de outros dois anos", disse o diretor do programa da nave no JPL, Bob Mitchell.


Fonte:Site Terra

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