11/09/2007

Colisão terminal


Extinção em massa dos dinossauros teria sido provocada por fragmentos resultantes de choque entre dois asteróides há 160 milhões de anos, diz estudo publicado na Nature.

Agência FAPESP – Um choque entre dois asteróides há 160 milhões de anos pode ter levado à extinção dos dinossauros na Terra. A conclusão é de um estudo feito por cientistas dos Estados Unidos e da República Tcheca, publicado na edição desta quinta-feira (6/9) da revista Nature.

Segundo os pesquisadores, o responsável pelo impacto ocorrido há cerca de 65 milhões de anos, que pode ter provocado a extinção em massa no fim do período Cretáceo, teria se originado da colisão de um asteróide de 60 quilômetros de diâmetro com outro de 170 quilômetros.

O choque, além da órbita de Marte, teria produzido uma chuva de fragmentos que formaram o que se conhece hoje como família de asteróides Baptistina, um aglomerado de corpos com órbitas semelhantes. Inicialmente, a família incluiria cerca de 300 corpos com mais de 10 quilômetros de diâmetro e de outros 140 mil com mais de 1 quilômetro.

De acordo com o estudo, o evento, durante um período, dobrou o número de impactos na Terra, na Lua e em outros planetas, como Marte. Logo após o choque, os fragmentos formados começaram a se deslocar pelo espaço, movidos pelas forças termais produzidas ao absorver a luz solar e irradiar calor.

Com o tempo, a lenta migração fez com que cerca de 20% dos fragmentos maiores atingissem uma “supervia dinâmica”, na qual suas órbitas foram modificadas o suficiente para escapar do cinturão de asteróides. Eventualmente, os fragmentos chegaram a órbitas que cruzavam a da Terra. De acordo com os pesquisadores, cerca de 2% desses fragmentos atingiram a superfície terrestre, e um menor número, a Lua.

A pesquisa foi feita por William Bottke, do Instituto de Pesquisa Southwest, nos Estados Unidos, David Nesvorny, do Instituto de Astronomia da Universidade Charles, na República Tcheca, e por David Vokrouhlicky, ligado às duas instituições.

O trabalho sugere que o impacto de um dos maiores fragmentos, derivado da família Baptistina, pode ter formado a cratera Tycho, na Lua, com 85 quilômetros de diâmetro. Outro, ainda maior, teria se chocado na costa de Yucatán, no México, há 65 milhões de anos, formando a cratera Chicxulub, com 180 quilômetros de diâmetro, em evento ligado à extinção em massa que provocou o fim dos dinossauros.

“A chuva de asteróides é a fonte mais provável (com mais de 90% de probabilidade) da causa do impacto em Chicxulub que produziu o evento de extinção em massa no Cretáceo/Terciário”, afirmam os autores. Muitos outros fragmentos menores, derivados do choque entre os asteróides há 160 milhões de anos, caíram na Terra, mas longe de provocar os mesmos danos.


Fonte:Astronomia no Zênite

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