28/11/2007

Sonda "Venus Express" traz novos dados sobre planeta gêmeo da Terra


Paris, 28 nov (EFE).- Cientistas da Agência Espacial Européia (ESA, em inglês) apresentaram hoje os resultados da missão da sonda "Venus Express", ainda em andamento, com imagens inéditas que dão pistas sobre as especificidades de Vênus, planeta considerado gêmeo da Terra.

Lançada ao espaço em novembro de 2005, a sonda européia partiu com uma missão: encontrar uma resposta para o fato de Vênus, tão parecido com a Terra em termos de massa e tamanho, ter evoluído de uma forma tão distinta, até se transformar em um planeta inóspito.


"Esta é a pergunta de um milhão de dólares", disse hoje Fred Taylor, um dos cientistas responsáveis pela "Venus Express", na sede da ESA, em Paris.


Os dados compilados pela sonda européia revelaram algumas pistas sobre a atmosfera e o clima de Vênus. A temperatura chega aos 450ºC em sua superfície e a pressão atmosférica é quase cem vezes superior à da Terra.


O planeta mais brilhante do Sistema Solar é coberto por uma camada atmosférica quente de quase 100 quilômetros de espessura - "uma pele planetária", algo que o diferencia da Terra.


Segundo o cientista Giuseppe Piccioni, Vênus convive com uma "variabilidade enorme": os ventos, por exemplo, podem passar de 200 km/h a 50 quilômetros de altitude para 400 km/h a 70 km de altitude.


Estes fatores vêm acompanhados por ventos solares que, somados à falta de campo magnético do planeta, provocam a "perda" de atmosfera.


"Vênus perde íons de oxigênio, hidrogênio e hélio, e definitivamente perde água", explicou Piccioni.


Tal perda é vista na superfície planetária, onde a água é inexistente: "Os oceanos desapareceram, só há três centímetros de água na atmosfera", disse o físico Stanislav Barabash.


Para justificar a eliminação das superfícies aquáticas, os cientistas da ESA apontam para a numerosa presença de hidrogênio pesado nas moléculas de água, 150 vezes superior a das moléculas terrestres.


Outra revelação proporcionada pela "Venus Express" é a confirmação da existência de relâmpagos. Para Barabash, trata-se de uma poderosa fonte de energia que, na Terra, altera a química da atmosfera e, portanto, também deve modificar a de Vênus.


"Estes são os primeiros resultados globais dados pela sonda européia, que está no apogeu de sua trajetória", comentou Dmitri Titov, coordenador científico desta missão da ESA, cujo orçamento é de quase 220 milhões de euros.


A ESA prevê apresentar nos próximos meses os resultados das análises químicas da atmosfera de Vênus, assim como uma cartografia técnica de sua superfície.

Fonte:Site Terra

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