O extremo sul da Lua, eventual local de pouso de novas missões tripuladas ou não, é bem mais montanhoso do que se imaginava, disse a Nasa na quarta-feira.
Usando um radar instalado no deserto do Mojave (Califórnia), a agência espacial americana fez o mais detalhado mapa já visto do pólo sul lunar e descobriu enormes picos e crateras.
A Nasa examinou uma região próxima à cratera Shackleton, onde há pedaços em perpétua escuridão, e outros quase sempre expostos à luz solar. Os cientistas já haviam obtido imagens daquela região, mas nunca com tanta definição, segundo a Nasa.
As margens da cratera podem receber o pouso de uma futura missão tripulada à Lua, disse a agência. Já havia sinais conhecidos de que poderia haver gelo nas áreas escuras da cratera, mas isso nunca foi comprovado.
Existe naquela região uma montanha com cerca de 6 mil m de altitude, equivalente ao monte McKinley (Alasca), ponto culminante da América do Norte. Já as crateras têm até 4 km de profundidade. Os cientistas perceberam que o maior vulcão terrestre, o havaiano Mauna Loa, caberia tranqüilamente nesse buraco.
"Continua sendo uma área de alto interesse para futuros pousos humanos. E esse tipo de informação é crítica para nós em compreender em que estamos nos metendo se escolhermos pousar aqui", disse Doug Cooke, do Diretório da Missão de Sistemas Exploratórios da Nasa.
Segundo ele, o terreno acidentado não torna a área "menos atraente" para a Nasa, inclusive devido à importância do fato de que pode haver gelo ali.
"Ter água congelada nos dá uma fonte de água e nos dá uma fonte de hidrogênio e oxigênio, que podem ser transformados em combustível. Uma das coisas que nos interessa fazer conforme exploramos a Lua e finalmente Marte é aprender a tirar vantagem dos recursos que há para melhorar as missões e reduzir a quantidade de reabastecimento e logística da Terra", afirmou Cooke.
Scott Hensley, da Equipe de Imagens Lunares da Nasa, disse que os novos dados serão valiosos na escolha dos melhores locais também para operações teleguiadas.
A região polar da Lua foi analisada em três ocasiões durante um período de seis meses em 2006, usando para isso a enorme parabólica de 70 m do Radar Goldstone do Sistema Solar, que enviava um feixe de 500 kilowatts e 90 minutos de duração até a Lua, a uma distância de 373 mil km.
O sinal do radar ricocheteou numa área de 650 km por 400 km, e os sinais foram devolvidos em cerca de 2,5 segundos a duas antenas na Terra, de acordo com a Nasa.
Fonte: Site Terra
29/02/2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário