04/08/2007

Missão da Nasa vai explorar pólo norte de Marte.


Diferentemente de sondas motorizadas como a Spirit e a Opportunity, a Phoenix não dispõe de rodas, e todas as suas observações científicas serão realizadas no local de pouso. Mas o local selecionado parece conter água, em forma de gelo, apenas alguns centímetros abaixo da superfície, de acordo com deduções científicas conduzidas com base em observações da Mars Odyssey, uma plataforma de observação orbital em operação em torno do planeta.

A Phoenix escavará em profundidade de cerca de 50 cm com seu braço robotizado, extrairá amostras do subsolo - de acordo com as previsões, água gelada misturada a outros minerais - analisará as amostras, esquentará o gelo no pequeno laboratório de bordo e tentará deduzir que moléculas estão presentes, como chegaram lá e se o local poderia ter abrigado vida no passado ou poderia servir de ponto de aterrissagem para futuras missões tripuladas.

A missão é parte do Programa de Exploração de Marte da Nasa, cujos objetivos de longo prazo são deitar as bases para missões tripuladas futuras. Mas a Phoenix não conduzirá buscas diretas por indícios de vida. Suas duas tarefas principais serão esclarecer a história da água armazenada no pólo norte de Marte - como chegou lá? De onde veio? O que houve com o resto da água no planeta? - e averiguar se parte do gelo se funde ciclicamente e cria condições favoráveis à vida.

"Não é provável que, em uma única fossa nas vastas regiões no norte de Marte, encontremos provas de comunidades biológicas, mesmo que elas existam no local", disse Peter Smith, da Universidade do Arizona, diretor científico da missão, em declaração veiculada pela www.space.com. "Nosso objetivo é determinar se as condições do local favorecem a preservação" de formas de vida unicelular.
A Phoenix parte com o objetivo de ser a primeira missão de análise da água em Marte e com a esperança de ser a primeira a encontrar água em forma líquida. Os seis instrumentos científicos que a sonda tem a bordo permitirão "estudar a composição do solo e do gelo marcianos com um nível de detalhes sem precedentes", enfatiza Ignaci Casanova, geólogo planetário da Universitat Politècnica de Catalunya (UPC).

Apesar de seus objetivos ambiciosos, a Phoenix é uma missão menor no contexto do programa de exploração de Marte. O nome que ela ganhou deriva do fato de, como a fênix, a ave da mitologia que renasce das cinzas, ter surgido de duas missões fracassadas,: a Mars Polar Lander, que colidiu com o solo ao tentar aterrissar no planeta em 1999, e a Mars Surveyor Lander, que deveria ter sido lançada em 2001 mas terminou suspensa devido ao fracasso de 1999.

A Phoenix foi construída com base em uma nave que sobrou da missão de 2001 e que havia sido preservada pelo fabricante, o grupo aerospacial Lockheed Martin. Sobre o corpo do veículo, foram montados instrumentos desenvolvidos para as missões de 1999 e 2001. O momento mais crítico da missão, de acordo com previsões dos responsáveis, será a aterrissagem. Em "sete minutos de terror", como diz Barry Goldstein, diretor do projeto no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa, a Phoenix terá de reduzir sua velocidade de 20.500 km/h para 5 km/h, a fim de pousar sem danos.

Diferentemente das sondas móveis Spirit e Opportunity, que chegaram ao solo protegidas por airbags e quicaram como bolas de praia até parar, a Phoenix será freada exclusivamente por retrofoguetes, a fim de reduzir sua velocidade de descida. Caso tudo transcorra como previsto, ela estenderá seus painéis solares 25 minutos depois da aterrissagem, assim que a poeira tiver se assentado, e minutos depois começará a transmitir imagens à Terra.

A missão tem duração prevista de três meses, mas a Nasa pretende prolongá-la se a sonda continuar em bom estado, em agosto de 2008. Os engenheiros não acreditam, porém, que a Phoenix - acionada por energia solar - possa continuar operando depois do primeiro semestre de 2009, quando chega o inverno às regiões árticas de Marte.

Os três tipos de missão

Exploração móvel: Veículos para todos os terrenos como as sondas Spirit e Opportunity, conhecidas como "rovers" no jargão da exploração espacial, responderam pelas mais espetaculares missões a Marte. Precisam de relativamente muita energia solar para funcionar, o que os obriga a pousar perto do equador, longe das reservas de água gelada nos pólos. O próximo será o Mars Science Laboratory, que a Nasa prevê lançar em 2009.

Sondas terrestres: Desprovidas de rodas, ao contrário dos rovers, as sondas fixas, conhecidas como landers, devem conduzir toda a sua missão no local em que aterrissam. Mas por não terem de dedicar espaço a rodas e motores, podem incorporar mais instrumentos científicos - ou instrumentos maiores - que os rovers. A missão Phoenix integra esse grupo.

Plataformas orbitais: Ainda que menos espetaculares que as sondas terrestres e móveis, a maior parte das descobertas sobre Marte nas últimas décadas se deve a satélites científicos em órbita do planeta. Há três em operação no momento: Mars Odyssey e Mars Reconaissance Orbiter, da Nasa; e Mars Express, da Agência Espacial Européia.

2 comentários:

Svetovid of the Underworld 🧿🔮 disse...

excellent blog ! keep it up !

bjs**

VANIA AMORIM disse...

Muito obrigada mesmo!!!Vitórias e mais vitorias pra mim!!!